O que as empresas estão fazendo para lidar com esse momento e se adaptando, acima de tudo, às possibilidades de faturamento e receita? Quais são as prioridades? Pessoas, caixa, Ebtida, crédito, propósito, planejamento, inovação ou ‘que se dane, não vou pagar ninguém’?

No início havia muita desinformação, todos muitos perdidos, uma série de MPs que foram criadas e depois revogadas e substituídas, ainda existe falta de entendimento e de uniformidade na forma de visão da crise da parte de todos. Em uma coisa todos concordamos: não adianta tentarmos achar um culpado, não é uma crise que tem um culpado, a não ser o novo coronavírus.

Mas em 20 dias as empresas e suas pessoas vêm se estruturando de maneira absurdamente rápida, estruturada, com criatividade e, na medida do possível, profissional para começar a vender online, por e-commerce, via WhatsApp, fazendo delivery, venda antecipada, produzindo até o que nunca haviam feito.

Para ajudar nesse momento, aqui algumas práticas recém-desenvolvidas por franqueadores, franqueados e gestores:

  1. Entender o que infectologistas defendem e orientam, além dos órgãos competentes, para fazer palestras internas, aos funcionários e franqueados, sobre o risco de contaminação e contágio do coronavírus. Foco de orientação para o ambiente de trabalho, em casa com a família ou com os clientes, explicando quais são os sintomas e quais cuidados devem ser tomados.
  2. Propor a disciplina de gestão de caixa, diariamente entre equipes internas e franqueados, ensinando a fazer a gestão de caixa, como administrar contas a receber e contas a pagar e que existe toda uma cadeia de valor envolvida na gestão dos negócios e que também depende de receita: fornecedores, prestadores de serviços, operadores logísticos, funcionários e parceiros.
  3. Definir a alocação de funcionários, ainda que em home office, para as áreas prioritárias de gestão dessa crise. Empresas que não trabalhavam com delivery, pensando em quais funcionários têm conhecimento sobre o canal ou sobre a gestão de pessoas para que o delivery possa passar a funcionar, quem conhece sobre marketing digital, ainda que não seja da área, como pode contribuir internamente e para os franqueados na relação com os clientes.
  4. Criar comitês dos assuntos prioritários e que precisam de cabeças pensantes em soluções e possíveis ações preventivas: gestão de crise, novos produtos, marketing digital, relacionamento com clientes, negociação e composição de soluções com os stakeholders, entre outros.
  5. A prática de webinars no sentido de transformação da empresa, de trazer consciência e conhecimento, ainda que precário, muito recente e com pouca consolidação, mas do que se está aprendendo a cada dia e o que pode transformar a empresa e, inclusive, o mundo dos negócios.

O histórico dos negócios, atualmente, talvez pouco possa ajudar, em função de uma situação nunca vivenciada, que requer agilidade emergencial e colaboração de todos, uma vez que estamos num momento de crise humanitária, mais do que uma crise de saúde ou crise econômica. Uma infinidade de ações sociais foram criadas por diversas empresas dos mais variados portes, ainda que com um caixa precário e a possibilidade de caixa zero no próximo mês.

Trata-se do momento de pensar de que forma podemos unir forças e buscar dentro das próprias empresas, com os parceiros e mesmo dos concorrentes, quem são os melhores em determinados assuntos e áreas que possam compor uma parceria estratégica, tática e operacional para conseguir algum faturamento.

É fundamental orientar e esclarecer, diariamente, cada rede franqueada nas necessidades que possuem, buscar opiniões de especialistas e estar o mais próximo possível dos pares, lojistas, prestadores de serviços e equipes de maneira transparente e focada nas soluções.

Mais do que nunca temos que nos apoiar na máxima ‘ganha-ganha’, e não ‘um ganha enquanto o outro perde’. A relação ganha-ganha passa a ser obrigatória, antes era vista como conceitual, mas na prática era duvidosa. Estamos todos perdendo e temos que reverter isso para “de que forma nos apoiamos para ganhar?”. E com esta atitude ganharemos algum dinheiro, respeito, credibilidade, amizade e, pós-quarentena, abraços e beijos.

Reestruturar as empresas para o pós-quarentena torna-se mais premente a cada dia, pois durante o isolamento social estamos nos virando relativamente bem com reação muito rápida! E, por não poder ser salve-se quem puder, há de se mudar e recriar toda a base de relacionamento empresarial, os contratos não poderão ser os mesmos, os agentes devem ser respeitados nas dores e necessidades que possuem.

Ainda não sabemos em que mundo viveremos pós covid-19, mas que haverá muita mudança de hábito já sabemos. Um exemplo: quem era avesso às compras online foi obrigado a aprender a lidar com o e-commerce e pegou gosto! Era um consumidor 100% físico e virou fisital (físico + digital)?

Então, parte-se do zero, inclusive com a área de inovação mudando o foco e a forma de criar processos! Hoje, sim, devemos pensar na reestruturação das empresas, para que pensem na recuperação depois da quarentena da pandemia. Estão nascendo, neste momento, novos conceitos e negócios, novas práticas, novos indicadores, novos hábitos e consumidores e, o melhor de tudo, novos valores e propósitos!

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